Santiago Monteiro

Começamos esta nova Rubrica com o testemunho da mãe Vanessa, mãe do Santiago. Um menino cheio de vida com um sorriso que ilumina os seus lindos olhos.

Nome: Santiago Monteiro

Idade: 2 anos

Alergias/Intolerâncias: Alergia à proteína do leite da vaca (APLV)

Mediado ou Não mediado por IgE: Mediado por IgE

Antecedentes: Eu tenho rinite alérgica e o pai tem um primo direito que teve alergias alimentares na 1ª infância.

O Santiago é um dos casos de crianças que “começou mal”. Nasceu de cesariana de urgência, o que é um dos factores que pode aumentar a probabilidade de se tornar alérgico. (…) a pediatra de serviço aconselhou a toma de leite artificial (2º factor).

Vanessa

Sintomas iniciais/diagnóstico: O Santiago é um dos casos de crianças que “começou mal”. Nasceu de cesariana de urgência, o que é um dos factores que pode aumentar a probabilidade de se tornar alérgico. Devido à anestesia geral que ambos levámos não foi imediatamente amamentado, o que levou a uma hipoglicémia e, consequentemente, a pediatra de serviço aconselhou a toma de leite artificial (2º factor). Após o mesmo iniciámos a amamentação em exclusivo. Nos primeiros dias tudo corria bem, nas primeiras consultas era referido que o aumento de peso após o nascimento era sempre inferior ao espectável, mas nada apontava para algo fora do normal, iríamos apenas vigiar. O Santiago foi um bebé que sempre se queixou de muitas cólicas durante a digestão, mas mamava bem e defecava normalmente para um recém-nascido. Num dos picos de crescimento – por volta dos 20 dias – a minha produção de leite não estava a acompanhar a demanda e após dois dias com imenso choro decidi comprar uma lata de LA. Algumas horas após a primeira toma ficou com imensas cólicas (mais do que o normal), mas não valorizei “está a habituar-se” pensei eu. No dia seguinte comecei a amamentar e suplementar com o LA, imediatamente começou a fazer diarreia com muco, que eu não identifiquei como tal. Ao 3º dia vomitou durante a tarde e após o suplemento. No 4º dia vomitou cada vez que tomava suplemento, decidi ir com ele às urgências, quando estava a vesti-lo para sair, reparei numas manchas no corpo. Quando chegámos ao hospital as manchas tinham piorado, parecendo placas inchadas pelo corpo (braços, pernas, peito) e estava a começar a inchar os pés e mãos. A médica solicitou análises ao sangue, mas mal o observou e após referir o que se tinha passado concluiu ser APLV. Os resultados das análises confirmaram – APLV (Classe 2 à alfa-lactoalbumina e beta-lactoalbumina e classe 0 à caseína – as proteínas do leite). Fomos para casa com dieta e com consulta marcada para daí a um mês para a alergologista pediátrica. Nessa consulta foi tudo explicado e ficou também decidido que iria realizar análises e testes de 6 em 6 meses (análises ao sangue – Ige e prick testes).

Dieta efectuada (com/sem vestígios, pode conter vestígios/ isenção total): Após o diagnóstico foi receitado o leite Aptamil Pepti e aconselhado o desmame. Mais tarde e aquando da alimentação complementar fomos instruídos a fazer uma isenção total, ou seja, nada de leite, derivados, vestígios ou “pode conter” vestígios.

Incidentes (houve algum incidente durante a isenção?): No meio de todo este novo mundo as dúvidas eram muitas, mas a que eu mais tinha era o pão de padaria. No nosso caso fomos mal informados e apesar de garantirem que o pão não tinha leite, chegamos à conclusão que pelo menos vestígios tinha. Desde os 6 meses que o Santiago comia pão de padaria (para introduzir o glúten), por volta dos 9 meses o resultado das análises tinham aumentado de classe 2 para classe 4, e a alergia à caseína apareceu e estava na classe 2, tudo isto em apenas 6 meses. Retirámos o pão da alimentação. Uma outra situação era o contacto, o Santiago fazia dermatite por contacto, tínhamos que ter imenso cuidado com qualquer pessoa que lhe quisesse dar um beijo ou fazer um carinho e tivesse tocado em algo derivado de leite. De qualquer forma houve alguns casos inevitáveis, fomos a um parque de bolas e teve dermatite – provavelmente alguma criança foi a comer algo com leite para a piscina e contaminou-a.

Quando passou a alergia: Após o incidente com o pão, passámos a fazer análises de 3 em 3 meses, mais ou menos. Por volta dos 12 meses já tinha voltado a baixar a alergia. Aos 18 meses os resultados ao sangue davam abaixo de 0. Nos prick testes acusava levemente uma alergia apenas ao leite no geral, nas proteínas dava negativo. Estávamos prontos para fazer um teste de provação oral (TPO)! Aos 20 meses fez o teste em ambiente hospitalar. Não fez qualquer reacção, calmamente fomos introduzindo em casa os vários alimentos derivados de leite.

Método de tratamento:  Isenção total do Alergéneo.

Na minha opinião o maior problema que as crianças e famílias com alergias alimentares é a falta de informação. Tive algumas discussões com profissionais de saúde que não sabiam o que era a APLV, ou não sabiam que existem medicamentos que são proibidos ou desaconselhados!

Vanessa

Algo que queira dizer: Na minha opinião o maior problema que as crianças e famílias com alergias alimentares é a falta de informação. Tive algumas discussões com profissionais de saúde que não sabiam o que era a APLV, ou não sabiam que existem medicamentos que são proibidos ou desaconselhados! Sabiam que o UL-250 tem lactose e não é aconselhado? Ou que o Ben-u-ron tem essência de nata e que apesar de o laboratório dizer ser artificial muitas crianças reagem? Pois, aparentemente quem deveria saber não sabe, e uma mãe tem que perceber mais de rótulos do que os médicos e enfermeiros. Gostava de apelar às mães de crianças sem alergias pela sua empatia, evitem deixar os vossos filhos brincar num parque com comida nas mãos, muitas vezes tive que retirar o meu filho de parques porque havia crianças a correr com um gelado na mão, ou a descer um escorrega com uma bolacha maria. Inocentemente, eu sei, mas eram estas pequenas coisas que prejudicavam a vida normal do meu filho…

Gostava de apelar às mães de crianças sem alergias pela sua empatia, evitem deixar os vossos filhos brincar num parque com comida nas mãos, muitas vezes tive que retirar o meu filho de parques porque havia crianças a correr com um gelado na mão, ou a descer um escorrega com uma bolacha maria. Inocentemente, eu sei, mas eram estas pequenas coisas que prejudicavam a vida normal do meu filho…

Vanessa

Muito obrigada pelo testemunho! E ficamos muito felizes que o Santiago já esteja curado. Haja esperança!

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