Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV)

O que é?

É uma reacção do sistema imunológico às proteínas do leite, principalmente às proteínas do coalho (caseína) e às proteínas do soro (alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina).

A alergia à proteína do leite de vaca é o tipo de alergia alimentar mais comum na infância. De acordo com a Sociedade Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (ESPGHAN, 2012):

  • 1 a 17% das crianças menores de 3 anos possuem sintomas sugestivos de APLV
  • 2 a 3% das crianças menores 3 anos têm APLV
  • 0,5% de bebés  exclusivamente amamentados possuem APLV
  • Menos de  1% das crianças >maiores de 6 anos possuem APLV

Principais Sintomas

Quadro Sintomas


Atenção! Esses sintomas também podem ser fisiológicos ou estar associados a outras causas.


Calcula-se que 1 a 17% das crianças menores de 3 anos apresentam sintomas sugestivos de APLV. Porém, apenas se confirma que entre 2 a 3% dessas crianças são APLV .  É preciso conversar com o médico da criança ou procurar um especialista (alergologista ou imunoalergologista) para que ele possa investigar e considerar a hipótese de APLV.

Tipos de Reacções

tiposdereacoes

FONTE: http://www.ecologiamedica.net/search/label/APLV

Exames laboratoriais 

Os exames de sangue para determinação de IgE  específica ao alimento suspeito (RAST ou ImmunoCap®) e o teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (TC), conhecido como “prick test”, podem auxiliar no diagnóstico quando há suspeita de alergia mediada por IgE ou mista.

Tipo de exames

 

O que não se deve consumir

Alimentos proibidos

Dieta isenta de PLV

A partir da história clínica e dos exames laboratoriais pode então estabelecer-se a suspeita de alergia alimentar e o alimento associado aos sintomas.Se a suspeita clínica é relevante, a dieta deve ser realizada para confirmar a hipótese de APLV, mesmo que os testes alérgicos sejam negativos.

A dieta deverá ser isenta de leite, derivados e todos os alimentos e medicamentos preparados com ingredientes à base de proteína do leite de vaca, inclusive seus vestígios.

Em crianças amamentadas, o leite materno deverá ser mantido. A mãe poderá manter a amamentação, mas deverá fazer a dieta, pois as proteínas do leite que consumidos passam para o leite materno, desencadeando as reacções na criança.

Durante a fase de diagnóstico é preciso fazer a dieta de forma rigorosa, pois caso contrário será impossível um diagnóstico correto. Portanto, é preciso ler os rótulos antes de consumir qualquer alimento, cosmético ou medicamento e ter muito cuidado com alimentos preparados fora de casa.

O tempo de dieta dependerá do tipo de reacção que a criança apresenta.

  • Sintomas sugestivos de reacções imediatas: 3 a 6 dias
  • Sintomas sugestivos de reacções tardias: até 14 dias

Após esse período, se a criança não apresentar sintomas, o leite deverá ser introduzido novamente na dieta da mãe. Caso os sintomas retornem é confirmado o diagnóstico de APLV e a mãe deverá manter a dieta enquanto estiver a amamentar.

Caso a criança não apresente melhoria dos sintomas neste período é preciso verificar se não houve ingestão acidental de alimentos com leite. Se não for o caso, é necessário analisar alergia a outros alimentos, como a soja ou o ovo por exemplo. Nesse caso, o leite e a soja deverão ser retirados da dieta da mãe pelo mesmo período.

A mãe não deverá ficar em dieta por tempo prolongado se a criança não apresentar melhoras dos sintomas.

Bebés e crianças não amamentadas com suspeita de APLV

Para crianças que não são amamentadas, as fórmulas à base de proteínas do leite de vaca devem ser substituídas por outras de valor nutricional equivalente. Poderá ser leite extensamente hidrolisado, vegetal ou de aminoácidos. Veja com o seu médico a melhor solução.

A escolha do Leite artificial (LA) deverá ser baseado na idade e no tipo de reacção que a criança apresenta. O LA de soja não é indicado para crianças menores de 6 meses e com reacções não mediadas por IgE ou mistas, porque o risco de reacção cruzada à soja pode chegar a 60%. As fórmulas à base de proteínas extensamente hidrolisadas são bem toleradas mas algumas crianças podem reagir. As fórmulas à base de aminoácidos são as únicas consideradas não alergénicas.

Se a criança não apresentar sintomas no período indicado é confirmada a suspeita de APLV e deverá ser orientado o teste de provocação oral, sob supervisão médica, para confirmar ou descartar o diagnóstico definitivamente.

Porém, se os sintomas não desaparecerem durante a dieta de exclusão é preciso investigar alguns factores:

  • Consumo acidental de alimentos com leite: caso tenha acontecido, é necessário corrigir a dieta e contar o tempo novamente;
  • Reacção ao LA: se a criança bebe leite de soja ou leite extensamente hidrolisado é preciso verificar se não estará a fazer reacção antes de descartar a hipótese de APLV. Nesse caso é preciso substituí-la e contar o tempo novamente.
  • O diagnóstico não é APLV: se a criança fizer a dieta correctamente e não apresentou melhoria dos sintomas, é possível que ela não cseja APLV.

 

Quando a alimentação é igual à da restante família

Crianças maiores de 2 anos já consomem alimentação sólida como a da família e é possível repor as proteínas e vitaminas presentes no leite a partir de outros alimentos isentos das proteínas do leite de vaca.

Nestas idades as crianças já comem de tudo, já sentem vontade e é mais difícil controlar a dieta. Portanto, é necessário que os pais sejam cautelosos com os alimentos oferecidos e que expliquem aos familiares e à escola a necessidade do seguimento correto da dieta.

O tempo de dieta para confirmar o diagnóstico depende do tipo de reacção que a criança apresenta, conforme descrito no quadro a seguir.

Se houver melhoras dos sintomas após esse período, a suspeita de APLV é confirmada e o teste de provocação oral deverá ser marcado com o médico para estabelecer o diagnóstico.

Teste de Provação Oral (TPO)

O TPO é um procedimento muito importante para confirmar o diagnóstico e para evitar períodos de dietas prolongados de forma desnecessária.

Durante o teste o leite será reintroduzido na dieta em pequenas doses com aumento progressivo no volume, em ambiente hospitalar.

O exame é efectuado em meio hospitalar por dois motivos:

  • se houver alguma reacção será possível medicar imediatamente
  • os pais podem subvalorizar ou supervalorizar as reacções que a criança apresentou, por não conhecerem exactamente todas as manifestações clínicas que ela poderá apresentar.

Se a criança apresentar reacção após a reintrodução do leite é confirmada a APLV e a dieta deverá ser mantida por 6 a 12 meses, no mínimo. Depende da idade da criança e das reacções manifestadas.

As reacções não mediadas por IgE e mistas, são tardias, e a criança pode não apresentar nenhum sintoma no momento do teste. Nesse caso, ela deverá manter o consumo de leite em casa. Se a criança apresentar alguma reacção até 30 dias, após o teste terminar, o médico deverá ser avisado e pode ser confirmado o diagnóstico de APLV caso os sintomas sejam considerados significativos. Caso contrário, o teste é considerado negativo.

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